Há qualquer de penoso e confrangedor na forma como este político se coloca perante a justiça e as responsabilidades de autarca. Se fosse um desgraçado a assaltar um padaria ou um supermercado o mundo cair-lhe-ia em cima pois cometeu um crime e tem de ser punido. Um autarca que reúne meios de riqueza através de terceiras pessoas sem que consiga explicar as origens da riqueza coloca-se naturalmente na mira das suspeitas. Um cargo público cuja remuneração não excederá os 6000 euros possibilita a geração de uma fortuna pessoal fantástica. Não se percebe; não se compreende. Infelizmente e ao contrário do que alega o Sr. Bastonário dos Advogados que gosta de fazer demagogia em causas importantes o autarca irá explorar até ao limite os expedientes dilatórios que o Código de Processo Penal lhe permite. Depois do recurso de constitucionalidade será mais qualquer coisa. O dinheiro para os advogados não faltará e sabe-se que há verdadeiros trutas a ganharem riquezas imensas.
Valentim Loureiro, Isaltino Morais e mais alguns são a imagem de um Estado Republicano que perdeu a grei, devassou-se a si próprio, rendeu-se à demagogia fácil.
á que pôr fim ao depauramento de um país pobre em nome de um poder local que se arroga de autonomia mas pouco faz para beneficiar as populações a que deve servir; ainda quando o faz malbarata recursos; esbanja oportunidades. Há naturalmente gente série e autarcas modelos mas concordo com a Procuradora-Geral Adjunta que em Portugal é muito difícil senão impossível perseguir o crime do colarinho branco. Porque tudo é um muro de cumplicidades; os políticos não falam porque para a próxima vez podem ser eles; as policias não falam o suficiente porque se calhar também entram na jogada; os magistrados não atuam porque correm o risco de ser prejudicados na carreira por informação desfavorável se cometerem algum deslize. Nada nos garante por outro lado lembrando a velha história da cidade ideal de Platão que o governo dos guardas seja melhor que o governo que temos; e governo dos magistrados seguramente não. Crianças de vinte e poucos anos a decidirem da vida e da liberdade das pessoas? Por amor de Deus; porque não fazer como no Cambodja dar armas aos meninos-soldados para abaterem os "inimigos do povo"? Não vejo saída para o país.
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